Misty Copeland

Para regressar em grande, depois de algum tempo ausente, vou falar-vos de uma personalidade que tem sido uma fonte de inspiração para mim. Estou a falar de Misty Copeland, que estava determinada a ser uma bailarina de topo, mas viu-se confrontada com muitos obstáculos.
Misty Copeland nasceu a 10 de setembro de 1982, tendo atualmente 38 anos.
A sua infância foi instável. Estava a viver num quarto de motel, em Los Angeles, com a mãe e com os cinco irmãos, três de sangue e dois meios-irmãos, um do terceiro casamento da mãe e outro do quarto. Começou a ter aulas de dança através do The Boys and Girls Club of America, uma organização que fornece programas extracurriculares para os jovens.
Segundo ela, estava a viver a pior altura da sua infância quando descobriu o ballet aos 13 anos, uma idade considerada tardia para quem começa a praticar dança. Misty confessou que inicialmente tinha receio de estar nas aulas, mas quando se olhava ao espelho sentia-se poderosa e o facto de ter uma professora que acreditava nela foi o que mais a motivou.
Em 1997, ou seja, com apenas 15 anos, Copeland ganhou o prémio Los Angeles Music Center Spotlight como melhor dançarina do sul da Califórnia. A dança tornou-se a forma de comunicação que lhe faltava na vida e, em apenas quatro anos, em 2000, foi aceite numa das três companhias líderes de ballet clássico nos Estados Unidos: a American Ballet Theatre. Em 2007, tornou-se bailarina solista da ABT. Como solista, de 2007 a meados de 2015, ela foi descrita como se tendo formado numa dançarina mais contemporânea e sofisticada. Em 2015, tornou-se a primeira afro-americana a ser bailarina principal no American Ballet Theatre (ABT). Misty Copeland, com o seu talento e carisma, conquistou um lugar único na dança.

Ela lançou um livro com a sua história de vida e cujo título dizia tudo – "Life in Motion: An Unlikely Ballerina", escrito em parceria com uma premiada jornalista. Mas porque vê-la dançar ao vivo é um privilégio que não está ao alcance de todos, a sua história inspiradora e os seus movimentos poéticos já estão eternizados, além da biografia, no documentário "A Ballerina’s Tale", de 2015, e no livro de imagens "Misty Copeland" (Rizzoli). The New York Times rotulou-a como "A mais famosa bailarina dos Estados Unidos" e, em 2015, a Time considerou-a umas das 100 pessoas mais influentes, dedicando-lhe uma capa. No anúncio da marca desportiva Under Armour, que protagonizou, todos a podiam ver dançar na televisão. O vídeo tornou-se viral no YouTube e a cultura popular abraçou-a. O slogan deste anúncio é "I Will What I Want” e, de facto, a pessoa certa para ilustrar o slogan é a vida de Copeland. O anúncio refere as várias adversidades para não ter entrado na academia, mas mesmo assim ela não desistiu porque sempre acreditou e lutou por aquilo que queria.
Na realidade, isto aconteceu ao longo do caminho de Copeland: foram-lhe colocadas várias adversidades, tais como ser "negra", ser muito musculada, ser baixa, ter o busto muito grande… E, no entanto, é uma referência do ballet clássico, pois todas as barreiras que lhe foram apresentadas tornaram-se o combustível para querer ser melhor e alargar o restrito ideal de beleza do ballet clássico.
Agora, acho que já dá para perceber melhor porque é que Misty Copeland, para mim, é uma fonte de inspiração. Para além de ser uma excelente bailarina, ela derrubou muitas barreiras, ela conseguiu tirar da mente das pessoas aquele modelo de beleza de bailarina perfeita e nunca desistiu. 
Vou terminar com a promessa que voltei para ficar, mas também com o conselho que Copeland diz ser o melhor conselho que já recebeu: "Sê tu própria porque não podes ser mais ninguém." .






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